Período Sensorio Motor - Jean Piaget
O Período
Sensório-Motor, Jean Piaget
O período inicial de desenvolvimento é chamado de sensório-motor
esse vai desde o nascimento até os 2 anos de idade, Piaget definiu este
processo inicial de aquisição da inteligência de sensório-motor pois nos primeiros
anos de vida o bebê percebe o mundo e atua nele coordenando as sensações
vivenciadas junto a comportamento motores simples juntando o sensorial a uma
coordenação motora primaria.
A ausência da função semiótica(capacidade de entender significados) é a principal característica deste período. A inteligência trabalha através das percepções e das ações através dos deslocamentos do próprio corpo. É uma inteligência iminentemente prática. Sua linguagem vai da ecolalia (repetição de sílabas) à palavra-frase ("água" para dizer que quer beber água) já que não representa mentalmente o objeto e as ações. Sua conduta social, neste período, é de isolamento e indiferenciação (o mundo é ele).
No estágio sensório-motor,a criança busca adquirir controle motor e
aprender sobre os objetos físicos que o rodeiam.Nesse estágio o bebê adquire o
conhecimento por meio de suas próprias ações que são controladas por
informações sensoriais imediatas.

As principais
características observáveis durante essa fase que é até os dois anos de idade
da criança são:A exploração manual e visual do ambiente;
A experiência obtida
com ações(a imitação); A inteligência prática(através de ações); Ações como agarrar,sugar,atirar,bater
e chutar; As ações ocorrem antes do pensamento; A centralização no próprio
corpo; Noção de permanência do objeto.
No recém-nascido
as funções mentais limitam-se ao exercício dos aparelhos reflexos inatos. Assim
sendo, o universo que circunda a criança é conquistado mediante a percepção e
os movimentos (como a sucção, o movimento dos olhos, por exemplo).
Progressivamente,
a criança vai aperfeiçoando tais movimentos reflexos e adquirindo habilidades e
chega ao final do período sensório-motor já se reconhecendo e tendo noções de alguns
objetos, tempo, espaço, entre os quais situa a si mesmo como um objeto
específico, agente e paciente dos eventos que nele ocorrem.
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Estágios do período Sensório-Motor (0-2 anos)
O
desenvolvimento inicial das coordenações e relações de ordem entre ações,
início de diferenciação entre o próprio corpo e os objetos, no estágio
sensório-motor o campo da inteligência aplica-se a situações e ações concretas.
Funções do período sensório motor
Aprendizagem da coordenação
motora elementar
Aquisição da linguagem até a
construção de frases simples
Desenvolvimento da percepção
Noção de permanência do objeto
Preferências afetivas
Início da compreensão de regras
Sub estágios do
estágio sensório-motor:
Subestágio 1 (0-1
meses);
Subestágio 2 (1-4
meses);
Subestágio 3 (4-8
meses);
Subestágio 4 (8-12
meses);
Subestágio 5 (12-18
meses);
Subestágio 6 (18-24
meses).
Subestágio 1 (0-1 meses) - O exercício dos reflexos
inatos
O
bebê relaciona-se com o mundo através dos sentidos e da ação. Os reflexos
inatos proporcionam-lhe um repertório mínimo de condutas, mas que é suficiente
para sobreviver.
A
conduta reflexiva é desencadeada quando ocorre uma determinada estimulação.
Exemplo: sucção.
Este
estágio é caracterizado pela repetição dos esquemas motores inatos.
O
processo fundamental na adaptação é a assimilação: a experiência derivada do
exercício do reflexo permite ao recém-nascido adaptar-se a novas condições de
estímulo repetindo e assimilar o mesmo esquema de ação; ou seja, reagindo de
modo semelhante a ambas, a assimilação nova à anterior.
A
Assimilação apresenta 3 aspectos:
Repetição:
assimilação funcional ou reprodutora, que assimila o objeto à função. Exemplo:
suga o mamilo sempre que este é aproximado;
Generalização:
assimilação extensiva a objetos novos e variados. Exemplo: suga todo objeto
colocado próximo a boca (fralda, bico).
Reconhecimento: a
duração, intensidade ou os componentes do esquema motor reflexo diversificam-se
em função das características do estímulo; por isso dizemos que o individuo
reconhece o objeto. Exemplo: diferenciar o chupável que alimenta, do o chupável
que não alimenta.
Subestágio 2 (1-4 meses) - As primeiras adaptações
adquiridas e a reação circular primária.
Formação
das primeiras estruturas adquiridas: os hábitos. Exemplo: quando o bebê faz
algo intencional que o agrada/atrai tenta repetir a ação;
Esta
é uma reação circular primária porque, por um lado, o efeito inicial
produziu-se de maneira fortuita e porque, por outro, as ações que a criança
repete de modo rotineiro e invariável estão concentradas em seu próprio corpo.
Começam a surgir às primeiras coordenações motoras como pressão-sucção, visão-audição.
Contágio Condutual
O
assimilador antecedente á assimilação: a criança só imita o adulto quando a
conduta a ser imitada existe previamente no seu repertório. Exemplo: imitar um
som que o adulto faça que por sua vez imitou uma vocalização que a criança já
produzia.
Subestágio 3 (4-8 meses) - A reação circular secundária
Reações
circulares secundárias: A reação circular secundária envolve objetos externos;
ex: casualmente o bebê alcança o móbile de seu berço; este movimento tende a
ser repetido; o bebê começa a recuperar objetos escondidos.
Neste
estágio a criança já interage com o meio, sua estrutura já não é mais só
biológica, os novos esquemas são mais ricos e variados e possibilitam uma
atividade mais liberada.
A
assimilação generalizadora com os objetos é muito ativa, a criança explora com
curiosidade aplicando esquemas conhecidos associados a efeitos que já é capaz
de antecipar tais como: chupar sacudir e bater.
Coordenação de esquemas secundários:
A
criança já é capaz de encontrar objetos escondidos; no subestágio anterior, o
bebê descobre o objeto por acaso; agora, desde o inicio, existe um objetivo; o
bebê demonstra originalidade e procura utilizar esquemas antigos; seria o que
Piaget chama de "assimilação generalizadora".
A
assimilação recognitiva também está relacionada com êxitos posteriores, pois
neste subestágio aparece o reconhecimento motor ela já associa um objeto ao
movimento, ao sacudir o braço ela faz soar o chocalho. Agora a atenção e o
interesse da criança deslocam-se até o resultado das suas ações, ela não faz
mais só por fazer, a criança é cada vez mais sensível as mudanças da realidade,
fonte de desequilíbrio e novas acomodações.
Os
avanços na conduta mostram a proximidade da atividade intencional, porém ainda
não foi estabelecida a coordenação entre meios e fins.
O
efeito produzido pela reação secundária acontece com repetições casuais e
também acontece casualmente. A relação entre a conduta e a meta, por exemplo,
espernear para conseguir mexer com os pés um brinquedo pendurado.
No terceiro
subestágio, a criança imita somente a conduta visível em seu próprio corpo. A
existência do objeto continua ligada as ações e percepções da criança ela só o
procura se ele está parcialmente oculto, o espaço está restrito a ação
momentânea, pois nesta fase existe a ausência da conservação do objeto.
Subestágio 4 (8 - 12 meses) - Coordenação de Esquemas
Secundários Aplicados a Relações Meios-Fins
Esquema
Sucessão de ações que possuem uma organização de ações e que são sucessíveis de
repetição em situações semelhantes. Ex: Sacudir um chocalho para fazê-lo soar.
Relações
Meios Fins
Um
esquema media o êxito de uma meta associada a outro esquema. Ex: Agarrar um
brinquedo, retirando um obstáculo que está entre a criança e o brinquedo.
Passagem ao subestágio 4
Aparecimento da
intencionalidade.
Acentua-se a atenção
que ocorre no meio.
Aparecimento das
primeiras coordenações do tipo meios-fins.
As reações
secundárias coordenam-se em função de uma meta não imediata.
Meios adequados para
a consecução do objetivo proposto.
Esquemas
do Subestágio 4
Procedem do repertório prévio da criança,
havendo a coordenação intencional.
Sacudir um chocalho para produzir um som.
Os esquemas ainda não possuem a mobilidade
necessária, a conduta se repete tipicamente como foi aprendida.
Encontrar um objeto que foi escondido,
quando isso é feito diante dela.
Progressos nas
habilidades de imitação aproximada. Entre chocar de mãos quando deve bater
palmas.
Progressos nas
habilidades de imitação análoga. Abrir e fechar as mãos quando deve abrir e
fechar os olhos.
Possibilidade de
imitar movimentos invisíveis. Mover os lábios. Tocar o nariz, a orelha. Mostrar
a língua.
Coordenação dos
esquemas de representação facilitando a compreensão de objetos e fatos.
Disposição de sair de
casa quando lhe colocam determinada roupa.
Quando sua fralda é
retirada sabe que irá tomar banho.
Esquemas de
conhecimento têm progressos, como os relativos à captação do espaço.
Observação e
provocação de deslocamentos de objetos.
Distinção das pessoas
(6 - 8 meses)
Chorar quando algum
estranho se aproxima sem que uma figura bem conhecida e protetora esteja
presente.
Repetição de conduta
tal como foi aprendida.
Subestágio
5 (12 - 18 meses) - Reações Circulares Terciárias
É
o descobrimento de novas relações instrumentais como resultado de um processo
de experimentação ajustada à novidade da situação.
A
assimilação agora não é mera repetição, pois na reação circular terciária o
esquema sensório-motor está integrado por elementos móveis e variáveis em cada
repetição, à medida que as condições da ação são modificadas.
A
busca ativa de uma nova relação entre meios e fins inicia-se de modo
intencional, mas é atingida normalmente de modo fortuito: quando um esquema
prévio não é eficaz, a criança ensaia procedimentos aproximados até que o
tateio leve à resposta correta.
A
criança começa a usar meios novos para atingir seus objetivos e realiza
verdadeiros atos de inteligência e de solução de problemas.
Aproxima um objeto
puxando algo sobre o qual está situado, por exemplo, uma manta ou uma almofada.
A conduta do barbante
é semelhante e consiste em atrair um objeto puxando o prolongamento do mesmo
que pode ser um barbante;
A conduta do bastão
consiste em usar um bastão ou um pau para alcançar um objeto afastado.
Puxar um lençol sobre
o qual está de pé até compreender que precisa sair de cima para poder pegá-lo.
Tentar passar um
boneco horizontalmente através das grades verticais do parque até entender que
precisa fazê-lo girar para conseguir fazê-lo passar.
A criança descobre o
uso correto do ancinho como instrumento para aproximar objetos, brinca
aproximando-os e afastando-os alternadamente.
Desaparece o erro de subestágio 4
Já que o esquema de busca
prévio não é eficaz, a criança ensaia outros procedimentos, até obter o
resultado desejado. Ex: quando a bola desaparece sob a mesa, nós buscamos ali e
não embaixo do sofá.
Erro
de transposição no estágio V
A criança não consegue ainda
enfrentar os deslocamentos invisíveis do objeto.
A criança é incapaz de inferir que, se o
objeto não está na mão do experimentador, deve estar embaixo do lenço.
Ainda pesam muito as evidências
perceptivas diretas; por isso a elaboração da permanência do objeto ainda é vista com dificuldade quando ocorrem deslocamentos dos objetos com trajetórias
ocultas para a criança.
A experimentação e o ensaio permitem à
criança incorporar a seu repertório imitativo novos esquemas
Subestágio 6 (18 - 24 meses) - Invenção de novas
combinações de esquemas a partir de suas representações.
Caracteriza-se
pelo aparecimento da representação e, então, os problemas podem começar a ser
resolvidos no plano simbólico e não mais puramente prático.
Esquemas
ações suscetíveis de ser realizadas com ou sobre os objetos que compartilham
alguma propriedade ( por exemplo, agarrar
objetos de certo tamanho, pode-se girar objetos redondos ou cilíndricos) assim,
os esquemas assimilam os objetos.
Os
esquemas de ação proporcionam o primeiro conhecimento sensório-motor dos
objetos como são sob o ponto de vista perceptivo; e o que pode ser feito com
eles no plano motor.
Através
da ação dos esquemas, a criança vai elaborando o seu conhecimento dos próprios
objetos e das relações espaciais e causais que colocam em contato certos
objetos e acontecimentos com outros.
O
sujeito já não resolve, então, os problemas por tateios, mas parece fazer uma
reflexão prévia.
A
criança tentar subir num banquinho, mas, ao apoiar-se nele, ele se desloca. Em
um momento determinado, a criança se detém na sua ação, parece refletir, pega o
banquinho e o apoia na parede, evitando, assim, seu deslocamento e, a seguir,
sob novamente.
A
aquisição da linguagem mudará as relações da criança.
Com
o seu aparecimento entramos em uma nova etapa representativa, que abrirá novas
perspectivas para o seu desenvolvimento intelectual.
As novas habilidades
são exercitadas em ações predominantemente assimilatórias, tais como jogo
simbólico, baseado na aceitação do "como se". Ex:Brincar com uma
caixa "como se" fosse um carro.
Fontes
de pesquisa e elaboração:
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